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Das vezes em que saí de casa pronta para mofar nas salas de espera, levei o Kindle* para passar o tempo. Enquanto pausava a leitura, não pude deixar de observar expressões de melancolia voltadas a mim. Talvez de quem já foi leitor ativo ou de quem quis, mas nunca pôde. Ou então, podem ter sido apenas olhares de espanto, que seja! — costumo externar cada trecho que leio nas expressões faciais.
O caso é que faz algum tempo que escuto relatos de quem não encontra paciência para a leitura. O que me faz lembrar dos momentos em que via afiados leitores discutindo sobre livros enquanto me sentia um lixo. Isso porque tudo que incentive, discuta ou insinue a leitura pode magoar quem não ultrapassa o terceiro parágrafo.
Lembro do primeiro livro que me rendi por inteiro: Controle remoto (2002, Rafael Cardoso). A experiência foi como se eu tivesse cruzado o portal do medo. Até achei que a obra fosse baseada em fatos, tamanho o envolvimento. Tempos depois tentei reler, mas não consegui. A violência que sofre uma das personagens me causou náusea.
A resposta para isso é o tempo e as mudanças que ele promove. Além disso, as peculiaridades de cada um, por exemplo: tem quem leia o que não gosta só para terminar o feito, naturalmente. Coisa que não consigo. Também não leio de uma vez só, prefiro ir de acordo com as demandas rotineiras e com o emoção ativa, quando a vontade de continuar esgota, é hora de parar. Feito isso, marco a parada e continuo depois.
Leitura é isso, ao menos como penso. Cada um tem seus critérios, gostos e preferências que mudam conforme a vida. O importante é a iniciativa. E caso a sua relação com a leitura esteja um tanto distante, não desista, vale a pena. Deixo abaixo uma crônica leve para a leitura. É curto, envolve cinema e um mal entendido, espero que seja agradável a experiência.
*leitor de livros digitais da Amazon — peço desculpas aos amantes de livros impressos pela acinte, mas pela não adaptação aos livros em brochura e pela praticidade, optei pelo Kindle.
Cinema (crônica)
Francisco de Paula Horta Manzano
(Link para acesso)
Pelo justo e necessário,
Lara